A Galeria Cosmococa em Inhotim, revela a
intenção de Hélio Oiticica de aproximar a relação entre obra e homem, onde é
necessário a participação humana para sentir o propósito deste espaço. Usa de
diferentes trilhas sonoras e projeções em todas as cinco salas do prédio. E
através do “Quasi cinema”, fica expresso claramente o esforço de Hélio para
incluir o espectador dentro de sua arte. A intenção de Oiticica ao desenvolver
a galeria é simular o efeito da cocaína, as salas misturam diversão,
relaxamento e ao mesmo tento uma certa tensão de seus admiradores.
O edifício é uma intervenção radical na
topografia do local, que causa sensação ambígua em quem o observa. Visto de
baixo, é como uma cobertura verde que dá continuidade a paisagem ao seu redor;
e quando vista do alto apresenta intencionalmente os limites entre edifício e
paisagem. A pedra de revestimento do prédio, é a mesma pedra local o que
reforça sua integração com a paisagem. Os muros altos, o material utilizado e o
próprio formato do edifício causam estranhamento uma vez que se assemelham a
uma prisão. Em
seu interior, a
organização não direcionada dos acessos as salas expositivas, são associadas a
mudança e escala e luz, que representam a extensão da natureza, e o fechamento
parcial do pátio com passagens estreitas e altas. No hall de entrada é possível
se perceber o ambiente climatizado e o chão gelado, Oiticica utiliza colchões,
redes, almofadas de formas geométricas, uma piscina, música alta e projeção de
slides, para causar a sensação de desprendimento no público, de maneira
inusitada onde a experiência vem através do prazer e diversão.
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